O motivo da saída de Carlos Villagrán (Quico) do elenco de Chaves
Chaves ou El Chavo del Ocho, conhecido no Brasil como Chaves, é uma famosa comédia de televisão mexicana escrita e interpretada pelo humorista e dramaturgo Roberto Gómez Bolaños. O seriado Chaves alcançou grande popularidade por todo mundo, principalmente nos países da América do sul. O seriado é conhecido pelo seu humor inocente, mas que como toda boa trama esconde o seu lado obscuro.
O que você lerá a seguir é uma creepypasta, que são lendas
modernas difundidas pela internet, por fóruns, e-mails e redes sociais.
Normalmente podem ser fictícias, sem provas ou fontes confiáveis. A creepypasta
que você lerá abaixo, conta sobre uma lenda obscura que revela o suposto motivo
que teria levado o ator mexicano Carlos Villagrán (Quico) a deixar o programa
Chaves no ano de 1977.
No final de 1977,
Carlos Villagrán, que desde o início da série interpretava o Quico no seriado “Chaves”,
deixava de fazer parte do elenco. Os reais motivos nunca foram oficialmente
divulgados, e várias hipóteses foram levantadas na tentativa de explicar sua
saída. O que é certo, é que Villagrán e Roberto Gomes Bolaños, o criador da
série e intérprete do personagem (Chaves), nunca mais retomaram a amizade que
mantinham desde o início dos anos 70.
Em 1977, época da
saída de Villagrán, o jornal mexicano “El Universal” publicou uma matéria que
explicava as razões da briga entre Villagrán e Bolaños. Segundo o jornal, a
saída do Quico deu-se por diferenças criativas. Durante as filmagens de um
episódio piloto, que abriria a temporada de 1978 do programa, Villagrán teria
considerado o conteúdo do programa como “repulsivo”, e deixou a equipe na sequência.
Porém, o jornal não dizia qual era o conteúdo do episódio em questão.
Vilagran, até hoje, recusa-se a comentar esse assunto.
Qualquer entrevista em que seja abordado esse assunto é imediatamente encerrada
pela equipe de assessores de Villagrán.
Supostamente, o
jornal teve acesso a uma cópia do roteiro do episódio em questão, mas não
publicou nem mencionou nada sobre o conteúdo. Isso seria fruto de um acordo
entre a diretoria do jornal com a Televisa, que desembolsaram uma quantia
substancial em dinheiro para evitar a publicação deste roteiro. Acreditasse que
cópias do tal roteiro foram guardadas por funcionários do jornal.
O episódio piloto
chegou a ser gravado, e mesmo sendo editado, para uma apresentação perante os
executivos da Televisa, falasse que eles teriam ficado horrorizados com o
conteúdo. Um diretor de programação, da época, teria dito que o programa era
“absolutamente impróprio para crianças, e na verdade, absolutamente impróprio
para qualquer um”.
A gravação original
deste episódio foi destruída pela Televisa. Porém, uma cópia clandestina foi
feita por um funcionário da emissora. Essa cópia teria sido vendida para um
colecionador argentino em 1996, em uma numa transação que teria envolvido algo
em torno de 4 mil dólares.
O depoimento a
seguir é um compêndio de declarações de alguns funcionários da Televisa que na época
foram submetidos à exibição do programa. Todos eles pediram para não ser identificados.
Poucos chegaram a ver o episódio finalizado e editado, e alguns destes
funcionários já vieram a falecer.
“A partir da temporada de 1974, o Chaves foi ganhando
destaque na programação da Televisa, e conseguindo cada vez mais sucesso junto
ao público. Porém, Bolaños, artista inquieto que era, queria introduzir
mudanças no programa. Poucos sabem, mas na época, Bolaños tinha planos de
escrever roteiros de mistério e horror, e abandonar os humorísticos.
Durante a temporada de 1975, Bolaños tentou introduzir alguns
desses elementos no ‘Chaves’. Neste ano, vai ao ar o episódio em que Chaves,
Quico e Chiquinha entram na casa de Dona Clotilde e lá descobrem que ela era de
fato uma bruxa. Originalmente, o roteiro previa que a incursão deles à casa da
bruxa realmente aconteceria, e a descoberta deles mudaria o rumo dos episódios
futuros. Executivos da Televisa interviram, e impuseram o final que foi ao ar:
que tudo não passava de um delírio das crianças.
Ainda nesse ano, vai ao ar um episódio em que as travessuras
e trapalhadas de Chaves fazem com que vários moradores da vila comam insetos ensopados
de gasolina. O roteiro original previa um episódio mais sombrio e grotesco, mas
novamente foi alterado por diretores da Televisa.
Nos dois anos seguintes, Bolaños continuou a introduzir
elementos sobrenaturais, de horror ou mistério, nos episódios do Chaves.
Episódios como aquele em que as crianças assistem um filme de terror, e a saga
dos espíritos zombeteiros são frutos dessa influência de Bolaños.
No início de 1978, Bolaños decidiu mudar radicalmente o
programa. O Chaves, a partir de então, seria um programa de comédia com
elementos de horror, que atingiria um público mais adulto. Algo semelhante à
série de filmes ‘Evil Dead’. Ele escreveu um episódio piloto nessa linha, que
chegou a ser filmado e exibido aos executivos de programação da Televisa. A
reação foi absolutamente negativa. Os executivos vetaram a mudança de rumo
proposta por Bolaños. Carlos Villagrán, o Quico, ficou tão horrorizado com o
resultado final do episódio que deixou a série.”
A seguir, uma sinopse do tal conteúdo controverso episódio.
Essa sinopse foi escrita a partir de diversos depoimentos de funcionários da
Televisa que chegaram a ver o programa finalizado e editado, ou que
participaram da gravação, ou mesmo que tiveram acesso ao roteiro.
O episódio começa com Chaves brincando no pátio da vila,
indo para lá e pra cá em um patinete. Quico sai de sua casa, vê Chaves
brincando e faz expressão zangada. Vai até ele, e segura o guidão do patinete
com as duas mãos. Segue-se um diálogo:
-Chaves, quem te deu permissão para mexer nos meus
brinquedos?
-É que o patinete estava jogado ali no outro pátio e eu… eu…
Quico fica mais zangado:
-Eu coisa nenhuma Chaves, devolve aqui meu patinete.
Ato contínuo, Quico puxa o patinete bruscamente, derrubando
o Chaves. Quico deixa o patinete no chão e ri escandalosamente. Chaves levanta,
pega o patinete e avança sobre Quico.
-Agora você vai ver só uma coisa, Quico!
Quico corre e grita “Mamãe!”. Neste meio tempo, Seu Madruga
sai de sua casa, e toma o patinete de Chaves, impedindo que ele acerte Quico.
Dona Florinda vem para o pátio, apressadamente.
Dona Florinda dá um tapa em Seu Madruga. Diz:
-Vamos tesouro. Não se junte com essa gentalha.
Volta para dentro. Quico aplica o tradicional “gentalha
gentalha” em Seu Madruga, e também volta para sua casa.
Nesse momento, um primeiro plano de Seu Madruga revela que
seu nariz está sangrando. Ele tenta estancar o sangramento, sob o olhar
preocupado de Chaves, mas sem sucesso. Ambas as narinas haviam uma grande
quantidade de sangue, até que Seu Madruga cai no chão do pátio.
Corta para Quico, Chiquinha e Chaves na escada da vila. A
iluminação do cenário sugere ser noite. Os três choram muito. Em Chaves, cada
personagem possui um modo característico de chorar, mas neste momento, não.
Eles choram de forma comum, aos soluços. Essa cena dura aproximadamente 1
minuto.
Em seguida, chegam o Professor Girafales e Seu Barriga,
acompanhados de 2 policiais. Eles dirigem-se à casa de Dona Florinda. O
Professor bate na porta, mas ninguém
atende. Ele chama:
-Dona Florinda, abra a porta por favor.
Não há resposta. O professor abre a porta, os policiais
entram, e saem com Dona Florinda algemada. Seu rosto exibe uma imensa apatia
enquanto os policiais a levam. Quico, ao ver sua mãe sendo levada, desespera-se
e tenta atacar os policiais, mas é contido por Seu Barriga. Dona Florinda nem
parece tomar conhecimento da situação, mantendo sempre a expressão apática e o
olhar vazio. Quico, seguro por Seu Barriga, chora muito e grtia “mamãe” algumas
vezes. Depois que os policiais deixam a vila, levando Dona Florinda, Seu
Barriga tenta consolar Quico, mas ele corre para casa.
- Que tragédia horrível tivemos aqui, Senhor Barriga.
- É verdade professor. Eu devia ter previsto que isso
acabaria acontecendo.
- Qual foi a causa da morte?
- Seu Madruga foi boxeador na juventude. Os socos que ele
levava causaram um afundamento no crânio. O tapa que a Dona Florinda deu hoje
causou um traumatismo bem nessa região. Ele teve uma hemorragia cerebral e não
resistiu.
-Uma tragédia horrível, Senhor Barriga!
-Sim.
-Quem cuidará dos preparativos do funeral?
-Eu cuido de tudo Professor. Não se preocupe. O senhor vai
ficar aqui com as crianças?
-Sim, naturalmente.
Seu Barriga deixa a vila. Professor Girafales entra na casa
de Dona Florinda.
Chiquinha e Chaves continuam sentados na escada. Agora,
pararam de chorar, apenas olham fixamente para o vazio.
Dona Clotilde sai
de sua casa e vem em direção das crianças. Ela usa uma roupa diferente do que
costumamos ver, uma espécie de roupão preto com vários símbolos bordados em
vermelho e roxo.
Nesse momento, os
depoimentos são contraditórios. Há quem afirme que Dona Clotilde traz consigo
um livro semelhante à uma Bíblia. Outros dizem que a fita falha quando ela
aparece, e só volta ao normal num momento mais avançado do episódio. Uma fonte
descreve que Dona Clotilde vai até a escada e conversa, aos cochichos, com
Chiquinha.
O que é consenso é
o conteúdo que vem na sequência. O pátio da vila está vazio, a iluminação é
mais escura do que na sequência anterior, provavelmente sugerindo que a noite
está mais avançada. Uma panorâmica pelo cenário mostra as escadas vazias, em
seguida o centro do pátio, onde está desenhado um grande pentagrama vermelho; e
em seguida Chiquinha sentada na porta de sua casa, abraçando os joelhos. Seus
pulsos estão enfaixados, e as bandagens sujas de algo que parece ser sangue.
Então, começa a
ventar no pátio. Ouvimos um estrondo, é a porta da frente se abrindo. Corta
para uma cena de reação de Chiquinha: seus olhos estão arregalados, e a sua boca
está aberta, uma expressão de puro horror. Ouvimos o som de algo pegajoso.
Nunca é possível ver claramente o que ou quem entrou no pátio, mas planos
breves, de no máximo 1 segundo, mostram uma figura magra, enrolada num pano
branco, deixando atrás de si um rastro de uma substância pegajosa,
aparentemente negra.
A figura aproxima-se. Mostrasse mais uma cena de reação de
Chiquinha: agora ela sorri.
A partir daí, os depoimentos novamente tornam-se
contraditórios. Há quem afirme que a fita só apresentava estática depois dessa
cena. Outros afirmam que não, mas não souberam dizer o que acontecia depois.
Outros preferiram apenas não dizer nada.
O que é certo é que
o episódio teve péssima recepção junto aos executivos da Televisa, e que Carlos
Villagrán deixou o programa em seguida. Supostamente, uma cópia do episódio
existe no acervo de um colecionador argentino, mas quando foi procurado, ele
negou possuí-la, e pediu para não ter o nome divulgado.
Diz-se que Bolaños
pretendia desdobrar os acontecimentos desse episódio ao longo daquela temporada
do Chaves. Não se sabe exatamente o que ele tinha em mente, mas funcionários da
Televisa que tiveram acesso à fragmentos do conteúdo, por meio de anotações que
Bolaños fazia em seus cadernos; ou mesmo em conversas com o Chesperito, dizem
tratar-se de um material absolutamente sombrio e perturbador, obviamente
inadequado para um humorístico infantil.
O conteúdo desses fragmentos, porém, permanece desconhecido.
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